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Acordo histórico entre Mercosul e União Europeia é assinado; confira o que pode ficar mais barato

Tratado histórico é firmado após 25 anos de negociações.

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Foto: Jane de Araujo

Nesta sexta-feira (6), foi assinado o aguardado acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia, durante a cúpula de líderes do Mercosul em Montevidéu. O tratado, que levou 25 anos para ser concluído, promete beneficiar produtos como azeite, vinhos, queijos e carros importados, segundo especialistas.

Foto Mariana Greif Reuters

O pacto prevê que 91% das importações provenientes da UE estarão isentas de taxação pelos países do Mercosul. Em contrapartida, fornecedores de bens e serviços europeus passarão a ser tratados como nacionais nos mercados sul-americanos.

Redução de preços no Brasil

Com a entrada em vigor do acordo, espera-se que os preços de produtos importados da União Europeia diminuam no Brasil. Setores como agropecuária e indústria automotiva devem ser os maiores beneficiados. Entre os produtos que podem sofrer maior impacto estão lácteos, azeite, vinhos e frutas temperadas, especialmente aqueles com pouca produção nacional.

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O pesquisador Felippe Serigatti, do Centro de Agronegócios da FGV Agro, ressalta que o mercado brasileiro pode enfrentar maior concorrência em nichos dominados pela produção europeia, como vinhos e lácteos. “O setor de lácteos será o mais impactado, já que a produção europeia é fortemente subsidiada e diversificada”, observa.

Impactos no setor automotivo e outros benefícios

Além do agronegócio, a indústria automotiva também será favorecida. O tratado elimina 100% das tarifas industriais da UE em até 10 anos, enquanto o Mercosul fará cortes tarifários em até 15 anos. Modelos de carros de alto padrão, atualmente sujeitos a alta tributação, poderão ser mais acessíveis no mercado brasileiro, conforme explica Marcus Vinicius de Freitas, professor da China Foreign Affairs University.

O setor de serviços também deve ganhar impulso, principalmente em áreas especializadas, como consultorias e tecnologia. Mauro Rochlin, economista da FGV, destaca que campos com alto valor agregado, como desenvolvimento de software, podem atrair mais investimentos e gerar novas oportunidades comerciais.

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Azeite e vinhos: favoritos do consumidor

Entre os produtos alimentícios, o azeite de oliva e o vinho devem se destacar. Eduardo Menicucci, professor da Fundação Dom Cabral, acredita que a redução de tarifas ajudará a baratear o azeite no mercado brasileiro. Isso é especialmente relevante em um momento em que a seca na Europa tem elevado os preços globais do produto.

De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Portugal, Espanha e Itália exportaram mais de 41,9 toneladas de azeite para o Brasil até outubro, movimentando R$ 449 milhões. Com o novo acordo, esses números devem crescer, beneficiando consumidores e ampliando o comércio entre os blocos.

O tratado entre Mercosul e União Europeia inaugura um novo capítulo nas relações econômicas entre os dois blocos, trazendo promessas de maior integração e competitividade para diversos setores.

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Redação
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